segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A sapatilha certa melhora o desempenho e reduz o desgaste. Escolha a sua!



Se você quer melhorar a sua performance no pedal (seja no ciclismo de estrada,
no triathlon ou no MTB), não basta investir em uma superbicicleta e em equipamentos para turbiná-la. Uma sapatilha especial, que garanta a transferência da força da perna direto para o pedal, sem desperdício de energia, e, consequentemente, maior rendimento, uma pedalada mais redonda e menor desgaste nas grandes distâncias também faz a diferença. Porém, na hora de escolher, é necessário conhecer as características dos diferentes modelos, sob risco de enfrentar dificuldades em relação ao conforto na hora do pedal. Há dois principais aspectos na escolha de uma sapatilha: seus componentes e a finalidade de uso.

Uma sapatilha pode ser dividida em três partes principais

Sola

É a grande responsável pela transmissão da energia da pedalada para os pedais. Contudo, engana-se quem acha que basta uma sola ser rígida para ser eficiente. A altíssima rigidez é muito importante para sprintistas e atletas com grande potência, mas, em geral, quanto maior a dureza de uma sapatilha, menor o conforto. O material mais usado para fabricar solados de alta qualidade é a fibra de carbono (e, em menor escala, um plástico bem rígido, mas não como o carbono). Mas pode-se dizer que praticamente todos os modelos top de triathlon e ciclismo possuem a sola de fibra de carbono. Já no MTB — em que é necessário descer diversas vezes da bike e empurrá-la, o que exige maior flexibilidade e alta resistência à abrasão — as sapatilhas utilizam solados de náilon ou outro tipo de polímero reforçado com fibras soltas de carbono no processo de injeção. Esses solados costumam ser usados nas gamas média e básica de sapatilhas de ciclismo, devido ao seu menor custo e à alta qualidade.

Cabedal

É o corpo da sapatilha, um invólucro flexível para os pés, feito principalmente de couro, natural ou sintético. Aliado a outros materiais têxteis, o cabedal tem como função principal firmar o calçado no pé, proporcionando maleabilidade, transpirabilidade, resistência e firmeza ao conjunto. Em geral, os cabedais possuem uma língua, responsável por reduzir a pressão exercida pelos fechos. A exceção a essa regra fica com alguns modelos destinados ao triathlon.

Fechos

Mantêm os pés presos à sapatilha, como os cadarços nos tênis comuns (os cadarços não são utilizados por deixar os pés frouxos no calçado e potencialmente podem enroscar na coroa), mas mediante a utilização de velcros e/ou combinados com sistemas de amarras por fios de náilon, para garantir o encaixe perfeito e sem folgas, visando a performance.

Tipos de Uso

Estrada e Pista

Caracterizam-se por ter um solado liso e extremamente rígido, projetado para conseguir potência máxima na pedalada e, ao mesmo tempo, certo nível de conforto para os pés. Nesse segmento, que detém o maior número de modelos, alguns fabricantes oferecem sistema de fecho com microrregulagem, que pode ser feita sobre a bike durante o pedal. Esse recurso é utilizado principalmente depois que os pés começam a ficar dormentes, por conta da redução da circulação sanguínea. Outra característica do solado das sapatilhas de estrada é o uso de material não muito resistente à abrasão, por não ter sido projetado para caminhar. Por isso, sempre que você precisar andar com sua sapatilha de estrada, procure usar um protetor de tacos.

Triathlon

Precisam ter, além de conforto e rigidez, praticidade para calçar. Afinal, ao contrário do que acontece no ciclismo, em que o tempo gasto para vestir a sapatilha não importa, no triathlon muitas vezes uma prova é “perdida” na transição, momento no qual o triatleta costuma calçar sua sapatilha já em cima da bike, pedalando. Por isso as sapatilhas de triathlon costumam ter apenas um ou dois fechos, normalmente de velcro, sendo um segundo menor, na parte inferior, que serve para ajustar a sapatilha — este fecho não precisa ser aberto —, enquanto o primeiro, maior, é mantido aberto ao máximo até o momento de calçar a sapatilha. O velcro maior das sapatilhas de triathlon fecha de fora para dentro, posição contrária em relação à dos demais modelos. Essa mecânica, além de agilizar a colocação da sapatilha, evita o contato das mãos com a roda traseira e a pedivela. Outras características inerentes dessa categoria são a utilização de material de fácil secagem e cabedal projetado para uso sem meias.

Montain Bike

Costumam ter um solado rígido para a pedalada, mas, ao mesmo tempo, com flexibilidade para a hora de empurrar ou carregar a bike, uma vez que esse esporte exige, muitas vezes, que o ciclista desça de sua bike. É bem parecido com um tênis comum. Como isso acontece normalmente em subidas muito íngremes ou na lama, aderência e tração são quesitos obrigatórios. Para tanto, essas sapatilhas têm cravos que afundam no terreno e permitem que o mountain biker ande até nas piores condições. Geralmente, os calçados para MTB — mais especificamente para XC, all mountain e maratona — são confeccionados com material resistente à abrasão e à sujeira. As sapatilhas de MTB também podem ser usadas em provas indoor, como spinning, quando o foco do treino é a alta performance.

Lifestyle

Assemelham-se bastante a tênis comuns. Sua sola tem boa flexibilidade e, normalmente, é revestida de borracha. Seu intuito é ser um equipamento híbrido, com conforto para o pedal e a caminhada. São os modelos preferidos dos praticantes de cicloturismo, por permitirem andar normalmente em pisos rígidos como asfalto, porcelanato e madeira. Geralmente, tem cabedal de camurça e fecho de cadarços, com velcro em alguns modelos. Assim como as de MTB, as sapatilhas de lifestyle podem ser usadas para spinning, sendo que a redução da rigidez, e consequentemente do desempenho, tem como contrapartida o aumento do conforto e da praticidade.



Por Enoque Filho.

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