quarta-feira, 18 de junho de 2014

Você sabe explorar as marchas da bike no momento certo?


Muitas pessoas investem pesado em equipamentos para o Triathlon, mas não conseguem alcançar todo o seu potencial porque não dominam a técnica ou simplesmente não sabem usá-lo. No caso do ciclismo de alto desempenho, a técnica não é tão simples como aprender a pedalar a primeira bicicleta que ganhamos na infância. É preciso planejamento e um conhecimento mais profundo sobre os mecanismos e as possibilidades que a sua bike oferece. Um investimento como este não pode ser subaproveitado e muito menos sofrer desgaste ou ter sua vida útil reduzida pelo mau uso. Afinal, do que adianta um câmbio de 20 ou 22 marchas se você só usa uma ou duas?
Ser mais eficiente no pedal é um processo que demanda tempo e treino para alcançar a potência aeróbia, resistência e forças necessárias. Neste processo, saber utilizar o sistema de troca de marchas é uma habilidade importante a ser praticada. Os mecanismos mudam de acordo com o modelo de bicicleta, mas uma coisa se mantém: o propósito do uso de marchas é facilitar o seu trabalho no pedal e reduzir o dispêndio de energia para que o triatleta consiga chegar à corrida sem quebrar.

Cadência e treinos

Um conceito importante a ser compreendido por quem procura melhorar a performance em pedaladas longas é a questão da cadência. Pedalar em cadência significa tentar manter um determinado ritmo de giro dos pedais, com foco na pedalada em si e não apenas na velocidade de tráfego da bicicleta.
Nos últimos anos, tem sido bastante comum ouvir que altas cadências no ciclismo são responsáveis pelos melhores resultados. No Triathlon, a cadência certa é aquela que equilibra força e energia da forma mais eficiente, principalmente para atletas que não têm histórico de ciclismo. Que não seja tão baixa a ponto de comprometer os grupos musculares na corrida e nem tão alta que comprometa o sistema aeróbio e acabe com o estoque de energia. Encontrar o equilíbrio é um exercício individual que exige concentração e persistência, e depende muito da resistência física, além das características pessoais.
Quanto menor a cadência (60 a 80 rpm), mais força bruta é necessária nos pedais e, por consequência, acontece uma contração muscular maior devido ao esforço da pedalada, comprometendo, momentaneamente, o fluxo de sangue das pernas. Isso acarreta em menos oxigênio e nutrientes no músculo, além de deixar resíduos por mais tempo dentro dele, trazendo a sensação de “queimação”. Contudo, exige-se menos dos sistemas aeróbios e nervoso. Com o pedal mais “truncado”, a frequência cardíaca é menor.
Já nas cadências mais altas (80 a 100 rpm) essa contração é rápida e permite um fluxo maior do sangue, fornecendo mais oxigênio e transportando resíduos e dióxido de carbono para fora do músculo mais rapidamente. Apesar do menor recrutamento de fibras musculares, essa opção exige mais dos sistemas aeróbio e nervoso e força o coração a trabalhar em um ritmo mais acelerado.
Durante os treinos, essa relação de força e capacidade cardiorrespiratória pode ser observada para desenvolver o potencial do atleta nos dois âmbitos, desenvolvendo o recrutamento muscular e trabalhando zonas de frequência cardíaca de forma alternada. Para tanto, os atletas costumam ter como objetivo a manutenção de sua cadência ideal individual, especialmente em provas longas, o que requer o uso das marchas.

Mundo TRI.

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