quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Calibragem de Pneus







Você Sabia!!!! 

A escolha da pressão na calibragem dos pneus é uma decisão ao mesmo tempo simples e delicada. Independentemente da modalidade praticada, os pneus são de extrema importância para que a pedalada seja ideal. Por isso, o ciclista deve ter atenção máxima com a pressão deles. Na esmagadora maioria dos casos, porém, isso não acontece. Um erro comum é utilizar a pressão máxima indicada na banda lateral, o que pode ser trágico para o desempenho, em se tratando de conforto e controle. Isso porque, quanto maior for a pressão colocada no pneu, menor será o seu atrito com o solo. Consequentemente, o esforço do ciclista para manter a velocidade passa a ser maior. A pressão máxima que um pneu pode aguentar é inversamente proporcional ao seu tamanho. Logo, um pneu mais largo aceita um grande volume de ar, fazendo com que não seja necessária a aplicação de uma grande pressão para sustentar a bike e o ciclista. Em contrapartida, pneus extremamente finos, como os de ciclismo, deixam o aro muito próximo do solo, exigindo assim pouco volume de ar e altíssima pressão para sustentar o conjunto.


Na maioria dos casos, os pneus de ciclismo e triathlon exigem mais pressão, enquanto os de comfort bikes e MTB rodam bem com menos, especialmente os de downhill e extreme freeride.

Outro ponto importante para definir a calibragem do pneu é a característica que se deseja do pedal. Conforto e performance de rolagem, ora vejam, encontram-se exatamente em extremos opostos. Assim, características como controle e resistência devem ter prioridade. É preciso ter em mente que, mesmo quando se está em uma prova de ciclismo ou em uma perna grande de cicloturismo, em que o tempo é fundamental, os segundos ganhos com a redução de atrito podem ser facilmente perdidos no caso de um furo ou — em uma situação bem pior — num acidente. Por isso, é preciso pesar bem os prós e os contras antes de fazer a calibragem.

Para otimizar ao máximo a performance do pedal, outro fator normalmente negligenciado pelos ciclistas é o peso em relação ao sistema. (Entende-se por sistema a bicicleta e tudo que estiver em cima dela, inclusive o ciclista.) Como exemplo, podemos imaginar um cicloturista que está pedalando há alguns dias e, devido a dores nos “países baixos”, resolve calibrar o pneu com o mínimo da pressão recomendada. Realmente, o nível de conforto pode aumentar. Em compensação, a atenção com os buracos e com as curvas passa a ser redobrada, pois o risco de ocorrer um bite (mordida da câmara pelo aro) ou uma soltura do pneu multiplica-se por três ou quatro.

Ainda nesse quesito, um erro bastante comum (e grosseiro), principalmente em competições de ciclismo e de triathlon, é a utilização indiscriminada da pressão máxima do pneu. Tudo errado, se na decisão não for considerado também o peso do ciclista. É comum um atleta bastante leve comprar um pneu de competição e calibrar no seu máximo — muitas vezes, até excedendo esse limite. Resultado: em uma prova, ele “soca a bota”, o que seria até legal, não fosse o fato de pesar cerca de 60 kg e parecer uma pipoca pulando em cima do banco.

Em casos como esse, é fundamental experimentar várias calibragens, até achar aquela que proporcione performance e, ao mesmo tempo, permita o controle ideal da bicicleta, ou seja, sem quicar ou ter ficar exigindo a correção do trajeto no meio da curva.

No caso de um atleta mais pesado, a calibragem máxima não é tão preocupante. Contudo, em percursos de triathlon longo, em que não existem tantas curvas e o controle é mais fácil, deve-se dar prioridade ao conforto, pois o atleta ainda vai correr a pé por alguns quilômetros. Que parâmetro seguir? Bem, como não existe uma fórmula exata para definir a calibragem de acordo com o peso do ciclista — principalmente pelo fato de a pressão ser necessária para controlar certas características da bike —, uma sugestão é usar a tabela nº 4 como referência inicial. Mas lembre-se sempre: não existe substituto para o bom senso.

Características de desempenho por porcentagem da pressão máxima

100%: O máximo da performance de rolagem do pneu é atingido; grande risco de furo por sujeira; o controle em curvas fechadas e o conforto são limitados

90%: Ótima performance; excelente aderência; aumento no conforto e redução de risco de furo por sujeira; melhora no controle e na tração

80%: Baixa performance; muito conforto, boa aderência; alto risco de furo por mordida de aro; pouco risco de soltura do pneu em curvas

70%: Pouca performance; muito conforto; aderência excessiva; altíssimo risco de furo por mordida no aro; risco de soltura do pneu em curvas

60%: Mínimo de performance;máximo de conforto; altíssimo risco de furo por mordida de aro e soltura do pneu em curvas; atrito excessivo com o piso aumenta a força exigida para pedalar.

Por Enoque Filho.

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